domingo, 20 de novembro de 2016

Meu nome


Em toda minha vida não houve vez em que os comentários fossem diferentes ao dizer meu nome:

- Como? (pediam para repetir)

- Que diferente!

- É indígena?

- Hum, nome de duas deusas? (bem que desejaria ter poderes de Iara e de Isis).

Minha resposta quase sempre foi que sou como Rei Momo: primeira e única.

Quem sabe hoje possa dizer que sou a primeira com este nome próprio no Brasil, (se conhecem alguma que nasceu primeiro me avisem) única não dá mais, pois já conheço pelo menos três outras mulheres com este nome e que eu saiba são todas muito mais jovens do que eu.

Sei que existem famílias de origem japonesa com este sobrenome. Sobrenome faz sentido, pois foi deste sobrenome que saiu meu nome.

“Senta que lá vem história” - Como surgiu meu nome -

Meu pai, quando ainda era solteiro, certo dia encontrou um livro com um tratado de medicina, sobre a história do Teste do Daltonismo ou Teste Ishihara. Este teste recebeu este nome por ter sido criado pelo Dr. Shinobu Ishihara.

Aí está o segredo do nome Isiara. Meu pai achou que as letras “h” neste nome poderiam ser retiradas; experimentou e se encantou com o resultado. O nome Isiara pareceu-lhe lindo para uma menina e disse lá com seus botões (ele foi alfaiate e tinha caixas e caixas de botões para pensar com ele):

- Este será o nome de minha primeira filha. 

Então um dia ele encontrou uma linda moça e casou com ela. O primeiro filho foi um menino, então Isiara ficou na reserva. O segundo filho e primeira filha fui eu, assim que o nome saiu da caixinha e eu o recebi com muito gosto, pois acho meu nome muito bonito.

E nasci sendo duas deusas, Iara e Isis, uma deusa da lua e a outra deusa da água, vai ser poderosa assim, bem que meu pai gostou deste nome.

Esta sou eu, Isiara.


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Madrugada

Sarapintei meus sonhos

com cores da madrugada,

atei-os  na Lua com laços

de fitas emaranhadas.

sábado, 10 de setembro de 2016

Palavras são assim


Vestidas de letras.
Por vezes
            nuas 
                  e cruas.


IsiCaruso

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Costuradeiras



Costuramos pensamentos,com linhas bem diferentes.

Bordamos suas ideias com pontos e reticências.

Caseamos sonhos e tecemos redes com suas ilusões.

(imagem do Blog: http://ladaesuascosturas.blogspot.com.ar/)

domingo, 4 de setembro de 2016

Vida encaixotada



Numa caixa as faturas do dia a dia.

Noutra os projetos pospostos.

Na última dias de primavera.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Ele passarinho - Uma homenagem aos 110 anos de Mário Quintana


“Perdi um jeito de sorrir que tinha,
e agora - que desfecho.”
“Gritávamos o nome um do outro,"
“e ela nem se voltou para trás.”
“Deixa-me ser o que sou. “
“- para que possas profundamente respirar.”
“Deixa-me fluir, passar, cantar.”
“Jamais te voltes para trás de repente...”
“Não, não olhes agora!”
“De súbito me vejo em pleno sonho,”
“longe de ti, de tuas mãos milagrosas,”
“desertamente perdido em mim,”
“olhando as horas breves.”

E elas passarão.

Composição com várias frases de Mario Quintana,
estão entre aspas.

Isiara Caruso